Semana passada foi cheia de experiências novas. Umas muito boas.
Outras, estranhas.
Na semana passada, fizeram uma festa surpresa pra mim que realmente me alegrou muito. Eu até levei um bolo de aniversário bem grande pra casa e fiz a alegria da minha mãe, que continua a comê-lo na semana atual.
Mas a experiência mais estranha que eu passei foi uma ida ao psicólogo da minha namorada. Ele parece adotar a linha da "psicologia sistêmica", que se resume em considerar a rede de relações de um indivíduo como objeto de compreensão e estudo. Mas, falando assim, parece legal, né? A psicologia sistêmica também considera que os problemas e sintomas do homem advém de causas físicas, psicologias e ESPIRITUAIS. Desse modo, ela também considera questões relativas à espiritualidade e tem por expoente Carl Gustav Jung. Eu nem vou dizer o que penso de Jung, para que ninguém se perca. O mais importante vem agora e resume toda essa pequena divagação sobre psicologia sistêmica.
Ao entramos na sala do psicólogo, ele nos apresentou um jogo de tabuleiro. O "jogo do amor". A propósta era que eu e a Maiara jogassemos o jogo e falassemos sobre nossas questões como casal. Se o jogo fosse usado como ferramenta para nos fazer falar, ótimo.
A questão é que esse psicólogo, assim que começou a falar do jogo, disse que a idéia dele se originou do ORÁCULO DE DELFOS. O sujeito parecia mesmo achar que o oráculo de Delfos era um santuário espiritual onde as pessoas se questionavam sobre a sua existência. Ignorando o total erro histórico dessa análise, começamos a jogar e foi aí que eu percebi o inacreditável: ele realmente acreditava que o jogo também era um oráculo. A idéia não era nos fazer falar e nos comunicarmos! Era contactar o além, através do jogo do amor, e fazer O ALÉM nos dizer se a nossa relação tem futuro. Para tanto, precisávamos energizar os dados com energia positiva ao jogá-los e fazer perguntas ao além com o coração aberto e comunicativo.
Essa foi a experiência mais curiosa que tive nesses últimos meses. Será preconceito meu ver com PÉSSIMOS olhos um profissional - cujo dever seria cuidar da saúde mental de seus paciêntes - que joga um jogo de tabuleiro acreditando piamente estar diante de um oráculo sobrenatural? E que, ao invés de aconselhar e entender a relação de sua cliente com o parceiro, procura receber respostas vindas do além?
Bom, todos temos um preconceito. Esse é definitivamente o meu. Minha sorte foi o oráculo não notar a minha total descrença do começo ao fim da sessão. Senão, quem sabe, Zeus ou Poseidon poderiam me amaldiçoar. Se bem que isso seria bem legal.
Paeja
Há 4 meses