
Olá a todos.
Eu desejo fazer um post menos carregado de emoção do que o anterior. Escrever assim, carregado demais por um sentimento só, pode trazer más consequências.
- O que? Descobriram de quem você falava? Deu confusão?
Claro que não. A má consequência é a minha impressão de que eu poderia ter dado um final melhor ao post. Mas, ao mesmo tempo, saiu como saiu. Me expressei como deu na telha e não quero voltar atrás.
Me resta falar de outro tema que, no exato momento, é tema de análise e motivo de desconforto: a moral de cada um.
Eu, por exemplo, não sou nenhum santo: já faltei com a verdade, já enganei, já omiti, já prestei falso testemunho. Mas, acreditem ou não, meus atos seguem uma lógica, que vai de acordo com a minha moral: a de não causar sofrimentos desnecessários.
Eu tenho pra mim que aquilo que chamamos de "verdade" é uma ótima forma de causar uma dor rápida e duradoura a alguém. Principalmente se esse alguém, por acaso, gostar de quem somos, do que fazemos, da amizade que oferecemos.
Talvez as pessoas fiquem assustadas demais em imaginar que não sabem nem da metade do que se fala sobre elas por aí. Em pensar que não possuem controle nem ciência do que se pensa e se sente sobre elas. Você já notou o quanto fala sobre os outros, em uma turma de amigos? E o quanto, muitas vezes, o assunto se volta justamente para a pessoa que acaba de sair da mesa? E você pensa mesmo que não falam as mesmas coisas sobre você? Uma roupa mal escolhida, uma frase mal interpretada, um gesto de má educação, uns quilinhos a mais. Enfim, fofoca. Você precisa mesmo saber de tudo que falam sobre você? Melhor não. Por que você, afinal, nunca vai saber. E realmente não precisa. As pessoas que dizem o que dizem não deixarão de gostar de você pelos quilinhos a mais, pela roupa mal escolhida ou por qualquer outro motivo - não sendo o motivo algo realmente grave. Portanto, saber disso causaria sofrimento, incômodo e, por outro lado, não traria bem algum, excluíndo-se a chance de ser algo passível de mudança.
O ponto é: não precisamos ser sinceros 100% do tempo com ninguém, muito menos precisamos que o sejam conosco. Isso não atrapalha a convivência entre as pessoas e, aliás, a facilita.
A moral da qual falo, portanto, não será essa pequena moral dos igualmente pequenos egos que apenas querem saber do que se fala por aí sobre eles. O meu objeto é a mentira da sua forma mais violênta: a mentira entre amigos. A hipocrisia que ganha território não levada através da simples lábia ou do desejo de salvar ouvidos sensíveis de pequenas e incômodas verdades, mas aquela que segue através da confiança sincera que lhe é entregue. Falo do tipo de moral que, de fato, não se importa com o outro. Falo de alguém que mente e conta versões diferentes do que se passa cada amigo, pra simplesmente evitar que seus erros sejam descobertos.(1) Falo de amigos que invejam outros amigos, que secretamente lhe desejam mal, expõem seus defeitos a desconhecidos, pra se sentirem melhor.(2) Defeitos que os deixamos ver, por serem nossos amigos, por querermos lhes dar nossa confiança.
Falo do pior tipo de pessoa: da pessoa verdadeiramente imoral. Daquela que não segue, nem ao menos, uma moral interna e coerente com qualquer princício senão o do interesse próprio e a vontade infantil de se sentir sempre bem, a qualquer custo. Falo do amigo que julga mal seus amigos e confidentes. Falo daquele que espalha a discórdia.(3) Daquele que, enfim, não é amigo. Mas a quem entregamos de bom coração, em algum momento, a nossa sincera confiança. A quem fizemos o maior elogio sincero que uma pessoa pode fazer a outra: chamar de amigo.
Mas que, infelizmente, é hipócrita até consigo mesmo, a ponto de acreditar piamente que o é.
Uma dica: eu, nesse texto impróprio, me referi a 3 amigos diferentes. Se você, que me acompanhou até aqui, acha que sabe quem algum deles seja, provavelmente você acertou.
Se você leu e por acaso sentiu que eu falava de você, mas ficou na dúvida, pode ter certeza: era mesmo de você.
Outra dica: agora ficou na dúvida, né?
Ah minha nossa!
ResponderExcluirEu acho que sou os três! Maldito! Isso não vai ficar assim!
Falando sério, gostei do texto. Achei uma coisa interessante e, justamente, que nós temos conversado faz muito tempo (acho que já faz mais de um ano que esse tipo de reflexão vem sendo repetida entre nós).